Algumas cláusulas de coberturas que foram colocadas com determinado objetivo estão a ser usadas para outros objetivos, o que cria dificuldades na indústria dos seguros, afirma Jorge Luzzi, presidente da Associação Portuguesa de Gestão de Riscos e Seguros (Apogeris).
À margem da recente conferência da plataforma de seguros Brokerslink, Luzzi afirma que para os seguros e daqui para a frente e antes de se concretizar a subscrição de um contrato "teremos de analisar muito bem problemas que achávamos que não existiam”.
Deu o exemplo de uma infraestrutura encerrada pelo Governo em determinado país e que nas condições da seguradora seria algo a acontecer perante uma seca, mas aconteceu perante uma pandemia, sendo que a cláusula estava em vigor e o segurador teve de pagar perante o encerramento imposto pelo Governo. Isto significa que no futuro haverá uma revisão técnica das condições na negociação e o prémio irá incorporar o risco associado.
Luzzi afirma que daqui para a frente irá trabalhar-se com mais detalhe a parte técnica e o que aconteceu com a pandemia foi algo inesperado.
Outro tema relevado pela guerra tem a ver com o risco-país e os riscos políticos associados. Estes últimos, afirma o presidente da Apogeris, nem eram considerados e "agora a questão que se coloca é perceber se podemos ficar dependente do gás que vem a Rússia ou se teremos alguma alterativa”. As empresas vão deixar de ter a estratégica da matéria-prima dentro do melhor preço e o futuro obriga a equacionar todos os fatores geopolíticos.
Resseguros
Jorge Luzzi não acredita que os seguros tenham grandes problemas em suprir os compromissos no caso de sinistros mas admite que "muitos seguradores terão dificuldades em renovar o contrato com os resseguradores”. Adianta que normalmente um segurador tem capacidade para assumir 10% dos riscos e para os restantes 90% apresentam um co-seguro ou um resseguro mundial.
Afirma: "Não considero estarmos numa altura em que possamos ter algum tipo de crise por falta de solvência, mas esta dificuldade pode significar também aumento de preços”.
Confirma que houve resseguradoras a recusar alguns contratos. Diz que as grandes empresas que "davam um golpe na mesa e impunham preços” têm hoje dificuldade em obter o preço desejado porque os seguradores não conseguem responder. Esta situação não acontecia há 30 anos.
"Entrámos num período em que a contratação terá de ser ainda mais técnica, caso contrário o segurador não encontrara resseguradores e estes não encontrarão investidores que os financiem”.
Publicado no Jornal Económico
À margem da recente conferência da plataforma de seguros Brokerslink, Luzzi afirma que para os seguros e daqui para a frente e antes de se concretizar a subscrição de um contrato "teremos de analisar muito bem problemas que achávamos que não existiam”.
Deu o exemplo de uma infraestrutura encerrada pelo Governo em determinado país e que nas condições da seguradora seria algo a acontecer perante uma seca, mas aconteceu perante uma pandemia, sendo que a cláusula estava em vigor e o segurador teve de pagar perante o encerramento imposto pelo Governo. Isto significa que no futuro haverá uma revisão técnica das condições na negociação e o prémio irá incorporar o risco associado.
Luzzi afirma que daqui para a frente irá trabalhar-se com mais detalhe a parte técnica e o que aconteceu com a pandemia foi algo inesperado.
Outro tema relevado pela guerra tem a ver com o risco-país e os riscos políticos associados. Estes últimos, afirma o presidente da Apogeris, nem eram considerados e "agora a questão que se coloca é perceber se podemos ficar dependente do gás que vem a Rússia ou se teremos alguma alterativa”. As empresas vão deixar de ter a estratégica da matéria-prima dentro do melhor preço e o futuro obriga a equacionar todos os fatores geopolíticos.
Resseguros
Jorge Luzzi não acredita que os seguros tenham grandes problemas em suprir os compromissos no caso de sinistros mas admite que "muitos seguradores terão dificuldades em renovar o contrato com os resseguradores”. Adianta que normalmente um segurador tem capacidade para assumir 10% dos riscos e para os restantes 90% apresentam um co-seguro ou um resseguro mundial.
Afirma: "Não considero estarmos numa altura em que possamos ter algum tipo de crise por falta de solvência, mas esta dificuldade pode significar também aumento de preços”.
Confirma que houve resseguradoras a recusar alguns contratos. Diz que as grandes empresas que "davam um golpe na mesa e impunham preços” têm hoje dificuldade em obter o preço desejado porque os seguradores não conseguem responder. Esta situação não acontecia há 30 anos.
"Entrámos num período em que a contratação terá de ser ainda mais técnica, caso contrário o segurador não encontrara resseguradores e estes não encontrarão investidores que os financiem”.
Publicado no Jornal Económico